quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Rios Pedem Socorro


Rio Parnaíba e Longá

Desce os rios margeando
De águas que dependem de mim
Tentamos colher flores em vazantes
Mas ação humana, colher pedras e espinhos.

São velhos monges em direção ao mar
Alimentando em seu leito o povo ribeirinho
Assim seguem os rios sem abundância de peixe
Onde o desmatamento e fogo predomina
Assim tangendo pra lonjuras as riquezas
Ficando largados a luz das águas ribeirinhas.

Em ritmo lento em cores que não se configuram
E no tempo vai ficando guardados as memórias
Dos rios a tensa beleza
A visão morta e profunda
Restando a solidão das claras águas acesas.

Nossos rios, em choros de águas, lentos e alados
São alvos blocos vagantes aos olhos dos homens
Caminhando em cores, desfeitos e recriados
Sobrevivendo entre ovelhas e dragões
Na sequência rotineira sem rumo
Assim seguem os rios nos sertões
Sumindo sem melhorias, sem rotas
Onde navegaram lanchas e navios
Já foram vitrines de peixes
Neste mundo belo e natural
Hoje movem turbinas, parecendo riachos
Apenas circulando simples canoas
Com pouca magia viajando no espaço.

Assim seguem os rios nas veredas dos sertões
Dois grandes rios, Longa e Parnaíba
Enfrentando o abismo sem o balanço de suas águas
Águas abaixo, águas arriba
Depedrados pelas velhas e novas geração
Ficando sem percurso e morrendo sem braços
Tirando a esperança de vida, sumindo na escuridão.
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Poema: Ronaldo Bastos.

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