Rio
Parnaíba e Longá
Desce os rios
margeando
De águas que
dependem de mim
Tentamos colher
flores em vazantes
Mas ação humana,
colher pedras e espinhos.
São velhos
monges em direção ao mar
Alimentando em
seu leito o povo ribeirinho
Assim seguem os
rios sem abundância de peixe
Onde o
desmatamento e fogo predomina
Assim tangendo
pra lonjuras as riquezas
Ficando largados
a luz das águas ribeirinhas.
Em ritmo lento
em cores que não se configuram
E no tempo vai
ficando guardados as memórias
Dos rios a tensa
beleza
A visão morta e
profunda
Restando a
solidão das claras águas acesas.
Nossos rios, em
choros de águas, lentos e alados
São alvos blocos
vagantes aos olhos dos homens
Caminhando em
cores, desfeitos e recriados
Sobrevivendo
entre ovelhas e dragões
Na sequência
rotineira sem rumo
Assim seguem os
rios nos sertões
Sumindo sem
melhorias, sem rotas
Onde navegaram
lanchas e navios
Já foram
vitrines de peixes
Neste mundo belo
e natural
Hoje movem
turbinas, parecendo riachos
Apenas
circulando simples canoas
Com pouca magia
viajando no espaço.
Assim seguem os
rios nas veredas dos sertões
Dois grandes
rios, Longa e Parnaíba
Enfrentando o
abismo sem o balanço de suas águas
Águas abaixo,
águas arriba
Depedrados pelas
velhas e novas geração
Ficando sem
percurso e morrendo sem braços
Tirando a
esperança de vida, sumindo na escuridão.
.
Poema: Ronaldo
Bastos.